sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As intenções de dezembro

INTENÇÃO GERAL

Não esqueçamos as crianças

São muitos os milhões de crianças no mundo que não têm as mínimas condições de vida, que são vítimas de violências físicas e psicológicas, que sofrem toda a espécie de abusos, muitos deles de carácter sádico. Segundo as estatísticas, só as chamadas «crianças de rua», que vivem entregues a si mesmas ou são vítimas de exploradores, atingem os 200 milhões, algumas delas ainda de tenra idade.

As crianças são sempre as maiores vítimas da violência, dada a sua vulnerabilidade, que as torna aliciáveis por gente sem escrúpulos, porque não podem fazer ouvir a sua voz e não possuem capacidade de defesa em qualquer sector que seja.

A raiz da tragédia humana que afeta as crianças está na família: famílias desunidas ou separadas, pais que não sabem educar os filhos, pais que simplesmente põem os filhos fora de casa.

Uma criança não pode sobreviver física e psicologicamente sem amor e, portanto, quando este amor falta, a criança não poderá nunca alcançar um desenvolvimento normal. A criança clama por amor, como clama pelo pão, porque são dois alimentos indispensáveis para a construção de uma vida.

Como podemos ver no Evangelho, Cristo tinha um carinho especial pelas crianças, chegando mesmo a afirmar que o Reino dos Céus é daqueles que são como elas.

A Igreja, na sequência da atitude de Cristo, possui numerosas instituições para a proteção dos mais pequenos. Mostra assim ter uma profunda percepção dos sofrimentos e injustiças suportados pelas crianças no mundo.

Os Estados em geral e as várias nações em particular têm a grave obrigação de proporcionar aos seus membros, sobretudo os mais fracos, os meios necessários para que possam ter uma vida digna e um futuro que os realize.

Rezemos, neste mês em que celebramos o nascimento de Jesus, para que as crianças do mundo inteiro possam ter o carinho e o amparo que Jesus teve desde o seu nascimento.

INTENÇÃO MISSIONÁRIA

Preparar o Natal

Todas as festas têm que ser preparadas. E quanto maior é a festa, mais cuidada deve ser a sua preparação.

E o Natal é a grande festa do cristão. É verdade que a Páscoa é a festa número um do Cristianismo, mas Cristo não podia ressuscitar se não tivesse nascido... Neste sentido, o Natal é a festa fundamental entre todas.

Mas enquanto as festas em geral têm uma preparação meramente exterior, o nascimento de Cristo exige uma preparação sobretudo interior. Isto não exclui que outras componentes do Natal, concretamente a chamada consoada, devam ser esquecidas, mas o cristão não pode esquecer que o principal é a vivência interior do nascimento de Jesus.

Porém, infelizmente, muitos cristãos limitam-se, praticamente, à parte exterior, esquecendo-se de viver o Advento, como tempo de preparação para o Natal, a fim de este ser vivido cristãmente e não como mais uma festa.

E a atitude espiritual de espera vigilante e orante deve ser a fundamental a exercitar no tempo do Advento. Foi, certamente, esta a atitude que tiveram Maria e José. Com que emoção eles não terão preparado o nascimento de Jesus, sobretudo nos dias que o precederam imediatamente!

Nós, cristãos, temos a missão de difundir, por meio do testemunho da nossa vida, a verdade do Natal que este nos traz cada ano. Esta verdade continua a ser necessária num mundo que vive, tantas vezes, na mentira, no fingimento, nas aparências. O Natal não é a mera recordação de um acontecimento do passado, mas um fato presente, tão verdadeiro como foi há dois mil anos.

Que o Menino Jesus, ao nascer, não nos encontre distraídos. Preparemos na nossa alma e na nossa família uma digna morada, onde Ele Se sinta acolhido com fé e amor.

Texto do Padre Antonio Coelho, SJ.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Intenções do Santo Padre para o mês de Dezembro


INTENÇÃO GERAL

Crianças vítimas de violência
Para que as crianças abandonadas ou vítimas de violência encontrem o amor e a proteção de que precisam.


INTENÇÃO MISSIONÁRIA

Preparar o Natal
Para que os cristãos, iluminados pelo Verbo Encarnado, preparem a vinda do Salvador.

OFERECIMENTO DO DIA

Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor. Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês:
Para que as crianças abandonadas ou vítimas de violência encontrem o amor e a proteção de que precisam e que os cristãos, iluminados pelo Verbo Encarnado, preparem a vinda do Salvador.


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Hino do Centenário da Diocese de Cajazeiras


Na Assembléia Diocesana de Pastoral, ocorrida entre os dias 21 a 23 de novembro, ocorreu o lançamento do Hino Oficial do Centenário da Diocese de Cajazeiras, com letra e música do Padre Antônio Luiz do Nascimento.


Confira. Baixe o audio clicando AQUI



HINO OFICIAL DO CENTENÁRIO
1914/15 – DIOCESE DE CAJAZEIRAS – 2014/15
Letra/Melodia: Pe. Antonio Luiz do Nascimento

1. Nos albores do novo milênio,
Cajazeiras − Diocese − festeja,
envolvida de luz, num incêndio,
radiante, a presença da Igreja.

Jesus Cristo anunciado,
alimento, Pão da Vida,
na missão, compartilhado,
no altar, Pão repartido.

2. De uma Escola, na origem, o Mestre
Padre Inácio de Sousa Rolim,
sacerdote exemplar, inconteste,
fez soar, da Cidade, os clarins.

3. Há cem anos, co’a Bula papal,
uma luz esparziu seu clarão...
Da Palavra de Deus, perenal,
faz-se ouvinte ardoroso, o Sertão.

4. Sentinelas são postas diante
de suas portas: a Igreja é firmada...
Os Pastores à frente, eia, avante!
Nova história está sendo contada.

5. O Senhor, minha LUZ, salvação,
é o PASTOR que SUSTENTA os remidos...
À VERDADE conduz CORAÇÕES
que CONSENTEM na FÉ e na VIDA.

6. A seara é imensa... Enviai
operários, Senhor, para a messe...
De nossa alma confiante, escutai,
favorável, ó Deus, esta prece.

7. Avançai para as águas mais fundas,
diz o Mestre e Senhor, e lançai
vossas redes... Sereis bem fecundos:
grande pesca é desejo do Pai.

8. Cristo, hoje, nos chama... Ele envia
a outros mares, missão sem fronteiras...
Confortados pela Eucaristia,
dom pascal, desfraldando as bandeiras.

9. Com Maria, Piedosa, a Mãe Santa,
vamos juntos, com nova expressão...
Fala o Espírito à Igreja, e ela avança
nos caminhos da Nova Missão.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

No encerramento do Ano da Fé, Papa Francisco entregará a Exortação Apostólica "A alegria do Evangelho" (Evangelii gaudium)


Na Missa que presidirá domingo, dia 24, na Praça de São Pedro, para encerrar o Ano da Fé, o Papa Francisco fará a entrega da Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”. Assim como Bento XVI publicou, em outubro de 2011, a Carta Apostólica “Porta fidei” para ilustrar as razões e objetivos do Ano da Fé, o novo texto papal deverá antes relançar as conclusões da assembleia do Sínodo dos Bispos, de outubro do ano passado, sobre “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. 

Nesta celebração de domingo, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, participarão especialmente 500 catecúmenos, de 47 diferentes nacionalidades.

Na celebração do próximo domingo, o Santo Padre fará a entrega simbólica da “Alegria do Evangelho” a 36 pessoas, de 17 diferentes países, representando a diversidade de situações no interior da Igreja e na sociedade: um bispo, um padre e um diácono; um religioso e uma religiosa; um seminarista e uma noviça; uma família; pessoas recentemente crismadas; catequistas; jovens; representantes de confrarias e de movimentos eclesiais; e finalmente, dois artistas (um escultor japonês e uma pintora polaca) e dois jornalistas. A um portador de deficiência visual, o Papa entregará a Exortação Apostólica em versão auditiva – um CD-rom. 

Em Roma, nestes dias, o Papa fará uma visita ao Mosteiro das Monjas Camaldolesas, na colina do Aventino, na tarde de quinta-feira, 21 de novembro, Dia “Pro orantibus”, Jornada das Religiosas de Clausura. O Santo Padre deter-se-á em oração com aquelas religiosas, rezando Vésperas, que integrarão um tempo de adoração eucarística. 

Sábado à tarde, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco terá um encontro com os catecúmenos, acompanhados dos respectivos catequistas. 

Na missa de Domingo, na Praça de São Pedro, participarão os Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas (católicas) de rito e tradição oriental que tomam parte esta semana, no Vaticano, na Assembleia plenária da Congregação para as Igrejas Orientais, que tem como tema “A situação dos Cristãos orientais” (tendo presentes três áreas – Médio Oriente, Europa oriental e Índia, e as respectivas comunidades da diáspora). Estes Patriarcas e Arcebispo terão um encontro com o Papa na quinta-feira pela manhã. 


O novo Secretário de Estado (foto), Dom Pietro Parolin, será apresentado ao mundo, já em exercício de suas  funções.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

19 DE NOVEMBRO - SANTA MATILDE DE HACKEBORN

Hoje festejamos Santa Matilde de Hackeborn, a quem o Divino Coração quis também fazer suas revelações. Sua vida nos foi transmitida por Santa Gertrudes, sua discípula e companheira de Missão.

Santa Matilde, doce serva do Coração de Cristo, rogai por nós!

Meditemos com as palavras do Papa Bento XVI, proferidas na Catequese de 29 de setembro de 2010.

"Matilde nasce em 1241, ou 1242, no castelo de Helfta; é a terceira filha do Barão de Hackeborn. Com sete anos de idade, visita com a mãe a sua irmã, Gertrudes, no mosteiro de Rodersdorf. Fica tão fascinada por aquele ambiente, que deseja ardentemente fazer parte dele. Entra como educanda e, em 1258, torna-se monja no convento que, entretanto, se tinha transferido para Helfta, na quinta dos Hackeborn. Distingue-se por humildade, fervor, amabilidade, pureza e inocência de vida, familiaridade e intensidade com que vive a relação com Deus, a Virgem e os Santos. É dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais, como «a ciência, a inteligência, o conhecimento das letras humanas, a voz de uma suavidade maravilhosa: tudo a tornava apta para ser no mosteiro um autêntico tesouro, sob todos os aspectos» (Ibid., Introdução). Assim, «o rouxinol de Deus» — como é chamada — ainda muito jovem, torna-se directora da escola do mosteiro, directora do coro, mestra das noviças, serviços que desempenha com talento e zelo incansável, não só em vantagem das monjas, mas de quem quer que desejasse haurir da sua sabedoria e bondade.

Em 1261 chegou ao convento uma criança de cinco anos, chamada Gertrudes: é confiada aos cuidados de Matilde, com apenas vinte anos, que a educa e guia na vida espiritual, a ponto de fazer dela não só a discípula excelente, mas também a sua confidente. Em 1271, ou 1272, entra no mosteiro também Matilde de Magdeburgo. Assim, o lugar acolhe quatro grandes mulheres — duas Gertrudes e duas Matildes — glória do monaquismo germânico. Na longa vida transcorrida no mosteiro, Matilde é afligida por sofrimentos contínuos e intensos, aos quais se acrescentam as duríssimas penitências escolhidas para a conversão dos pecadores. Deste modo, participa na paixão do Senhor até ao fim da sua vida (cf. ibid., VI, 2). A oração e a contemplação são ohúmus vital da sua existência: as revelações, os seus ensinamentos, o seu serviço ao próximo, o seu caminho na fé e no amor encontram aqui a sua raiz e o seu contexto. No primeiro livro da obraLiber specialis gratiae, as redactoras reúnem as confidências de Matilde, cadenciadas nas festas do Senhor, dos Santos e, de modo especial, da Bem-Aventurada Virgem. É impressionante a capacidade que esta Santa tem de viver a Liturgia nos seus vários componentes, mesmo as mais simples, levando-a na vida monástica quotidiana. Algumas imagens, expressões e aplicações às vezes estão longe da nossa sensibilidade mas, se se consideram a vida monástica e a sua tarefa de mestra e directora de coro, compreende-se a sua capacidade singular de educadora e formadora, que ajuda as irmãs de hábito a viver intensamente, a partir da Liturgia, cada momento da vida monástica."
(....)
"Na oração litúrgica, Matilde dá realce particular às horas canónicas, à celebração da Santa Missa e sobretudo à Sagrada Comunhão. Aqui é com frequência arrebatada em êxtase, numa profunda intimidade com o Senhor, no seu Coração ardentíssimo e dulcíssimo, num diálogo maravilhoso em que pede luzes interiores, enquanto intercede de modo especial pela sua comunidade e pelas suas irmãs de hábito. No centro estão os mistérios de Cristo, aos quais a Virgem Maria se refere constantemente para caminhar pela vida da santidade: «Se tu desejas a verdadeira santidade, está perto do meu Filho; Ele é a própria santidade, que santifica todas as coisas» (Ibid., I, 40). Nesta sua intimidade com Deus estão presentes o mundo inteiro, a Igreja, os benfeitores e os pecadores. Para ela, Céu e terra unem-se.

As suas visões, os seus ensinamentos e as vicissitudes da sua existência são descritos com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica. É assim que se entende o seu profundo conhecimento da Sagrada Escritura, que era o seu pão de cada dia. Recorre a ela continuamente, quer valorizando os textos bíblicos lidos na liturgia, quer haurindo símbolos, termos, paisagens, imagens e personagens. A sua predilecção é pelo Evangelho: «As palavras do Evangelho eram para ela um alimento maravilhoso e suscitavam no seu coração sentimentos de tanta docilidade, que muitas vezes, pelo entusiasmo, não conseguia terminar a sua leitura... O modo como lia aquelas palavras era tão fervoroso, que em todos suscitava a devoção. Assim também, quando cantava no coro, vivia totalmente absorvida em Deus, transportada por tanto ardor que às vezes manifestava os seus sentimentos com gestos... Outras vezes, como que arrebatada em êxtase, não ouvia quantos a chamavam ou a moviam, e mal conseguia retomar o sentido das coisas exteriores» (Ibid., VI, 1). Numa das visões, é o próprio Jesus quem lhe recomenda o Evangelho: abrindo-lhe a chaga do seu dulcíssimo Coração, diz-lhe: «Considera como é imenso o meu amor: se quiseres conhecê-lo bem, em nenhum lugar o encontrarás expresso mais claramente do que no Evangelho. Ninguém jamais ouviu alguém manifestar sentimentos mais fortes e mais ternos do que estes: Assim como o meu Pai me amou, também Eu vos vos amei (Joan. XV, 9)» (Ibid., I, 22)." (....)

"Últimos momentos. Matilde tinha 58 anos. Percorreu a última etapa caracterizada por oito anos de graves doenças. A sua obra e a sua fama de santidade difundiram-se amplamente. Quando chegou a sua hora, «o Deus de Majestade... única suavidade da alma que O ama... cantou-lhe: Venite vos, benedicti Patris mei... Vinde, ó vós que sois os benditos do meu Pai, vinde receber o reino... e associou-o à sua glória» (Ibid., VI, 8).

Santa Matilde de Hackeborn confia-nos ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem Maria. Convida a louvar o Filho com o Coração da Mãe e a louvar Maria com o Coração do Filho: «Saúdo-te, ó Virgem veneradíssima, naquele orvalho dulcíssimo que do Coração da Santíssima Trindade se difundiu em ti; saúdo-te na glória e no júbilo com que agora te alegras eternamente, Tu que por preferência a todas as criaturas da terra e do Céu, foste eleita ainda antes da criação do mundo! Amém» (Ibid., I, 45)."

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

16 DE NOVEMBRO - SANTA GERTRUDES DE HELFTA


O Apostolado da Oração venera com especiais homenagens a gloriosa Santa Gertrudes, a quem o Divino Coração quis aperecer ainda no Século XIII. Seus escritos foram responsáveis pela propagação do culto ao Coração de Jesus e moldaram também a vida dos principais santos que leram seus escritos.  

Santa Gertrudes, rogai por nós!

Santa Gertrudes de Helfta foi monja cisterciense e escritora mística, também conhecida como Gertrudes a Grande, ou Gertrudes a Magna. Das origens de Gertrudes de Helfta só se conhece a data de nascimento: 6 de janeiro de 1256. O lugar parece ter sido Eisleben, e a familia é um enigma. O silêncio a respeito resultou suspeito, e se há elaborado conjecturas como a procedência servil ou pobre; haver sido abandonada; ou ser filha ilegítima de algum nobre. O que é seguro é que em sua familia existiam circunstâncias que na época não era adequado mencionar.


Com a idade de 5 anos ingressou no monasterio de Helfta. Sobre isto tão pouco hão ficado noticias, desconhecendo-se como chegou e se foi acolhida exclusivamente como educanda, para ser formada na escola de meninas a cargo de Matilde de Hackeborn; ou como oblata, oferecida a Deus para converter-se em monja.



Gertrudes iniciou sua aprendizagem monástica. Realizou o noviciado, professou e recebeu uma cuidada formação teológica, filosófica, literaria e musical. Sua vida foi normal até os 25 anos, como uma monja a mais do monastério, dedicada à copia de manuscritos, a costura e aos labores agrícolas da horta monastica. Não desempenhou cargos importantes, ou ao menos só se conhece que foi cantora segundo às ordens de Matilde de Hackeborn.



Em 27 de janeiro de 1281 teve sua primeira experiencia mística, que suporía uma profunda mudança em sua vida. Se tratou de uma visão de Cristo adolescente, que lhe dizia: "Não temas, te salvarei, te livrarei... Volve-te a mim e eu te embriagarei com a torrente de meu divino regalo". A partir disto deixou os estudos profanos e de literatura pelos estudos teológicos; e sua existência passou de ser rotineira a viver uma profunda experiencia mística.



Gertrudes viverá uma intensa vida mística em meio a vida comunitaria. Muitas vezes sofreu enfermidades, porém isto não a incapacitou para dedicar-se a escrever diversas obras literárias entre as que se encontravam comentarios à Sagrada Escritura. Se perderam quase todas as suas obras, conservando-se só três.



Toda a obra de Gertrudes se organiza em torno à vida monástica, cujo centro é a Liturgia das Horas, a Eucaristia e a Lectio Divina. Sua espiritualidade é de caráter cristocêntrico, destacando especialmente a imagem do Coração de Jesus, símbolo do amor divino. Suas obras, junto com a de Matilde de Hackeborn, são um dos testemunhos mais antigos desta devoção. A presença da Virgem Maria também é importante, porém sua mariologia se integra por completo em sua cristologia.



A respeito das virtudes, têm uma visão otimista e positiva, em chave de acolhida da graça divina e de progressiva união com Cristo, mais que como uma luta contra os vicios e as paixões. Junto a isto desenvolve a ideia da suplência de Cristo, pela qual o amor de Jesus lhe leva a suprir e sanar com seus méritos e virtudes a insuficiência do homem para salvar-se.



Tudo isso entrega ao homem a liberdade de coração. Talvez este seja o ponto que mais chamou a atenção aos seus leitores. Gertrudes se sente soberanamente livre confiando plenamente no amor e na misericordia de Cristo. Isso a fez ser otimista e intrépida, manifestándo-o por exemplo em sua prática de comungar sempre que podia, algo impensavel para seu tempo, pelas orações, jejuns e exercicios necessários para preparar-se. A suplência de Cristo sanava os esquecimentos a este respeito.



Seus escritos e espiritualidade passaram desapercebidos até 1536 em que os cartuxos de Colonia imprimem o Memorial. A aceitação e êxito foi enorme, e se produziu toda uma corrente espiritual em torno a ela que se traduziu em reedições contínuas de seus escritos e numerosas biografias. Por tal êxito, e ao desconhecer o apelido, começou a ser chamada Gertrudes a Grande, ou a Magna.
Gertrudes morreu em 17 de novembro de 1302, em Helfta, aos 45 anos de idade.



PENSAMENTOS DE SANTA GERTRUDES DE HELFTA



"Ó Amor, o ardor de tua divindade abriu-me o Coração dulcíssimo de Jesus! Ó Coração do qual mana toda doçura. Ó Coração transbordante de ternura. Ó Coração repleto de caridade!"



"Beber desta fonte salvadora significa restituir a si a própria verdade, ofuscada pelo pecado, para recuperar a luminosidade da inteligência e do amor originais. Quem faz tal experiência reencontra o próprio coração, recriado no amor de Deus"



"Ó Amor, mergulha meu espírito nas águas deste Coração melífluo, sepultando nas profundezas da divina misericórdia todo o peso da minha iniqüidade e da minha negligência. Restitui-me, em Cristo, uma inteligência luminosa e um afeto puro, para que – através de ti – eu possa ter um coração imune, desembaraçado e livre".



"Ó Senhor, desejo louvar-te e agradecer-te porque, apesar da minha indignidade, mantiveste tua transbordante ternura para comigo. Quero ainda louvar-te porque alguns, ao ler estas páginas, poderão saborear na intimidade de seu ser as mais elevadas experiências. De fato, por meio do alfabeto, alcançam a ciência da filosofia aqueles que querem estudar; similarmente, por meio de sinais que, na verdade, são apenas figuras retratadas, os leitores destas páginas aprenderão a degustar dentro de si mesmos aquele maná escondido que não poderia ser associado a nenhuma mistura de imagens corpóreas, e de cujo sabor somente quem já experimentou sentirá fome".



"Naquela mesma hora, quando minha memória ainda se ocupava devotamente com tais pensamentos, senti que me estava sendo divinamente concedido – a mim, tão indigna que sou – aquilo mesmo que havia pedido na oração, isto é: no interior de meu coração, como sendo um lugar corpóreo, eu soube que tinham sido impressos os sinais de tuas santíssimas chagas, dignas de respeito e adoração".



"Deus onipotente e Mestre generoso de todo bem, digna-te garantir-nos sempre este alimento enquanto caminhamos em nosso exílio, na espera de que – contemplando com rosto descoberto a glória do Cristo – sejamos transformados à sua própria imagem, de luz em luz, como sob suavíssimo sopro".



"Durante uma pregação feita na capela por um frade, este dizia: 'O amor é um dardo de ouro. Se o homem o lança sobre qualquer outra pessoa, ele a possui de algum modo. Seria, pois, loucura usar o amor para os bens terrestres, mas negligenciar os bens celestes'. Inflamada por tais palavras, Gertrudes disse ao Senhor: 'Que me seja condedido este dardo! Então, sem esperar um segundo, eu me esforçaria para vos transpassar com ele, a Vós, único bem-amado de minha alma, para ter-vos sempre comigo'. Ela ainda pronunciava tais palavras, quando viu o Senhor que a mirava com uma flecha áurea e lhe dizia: 'Tu planejas ferir-me, caso possuísses uma flecha de ouro. Mas eis que sou eu quem a tenho! Desejo com ela transpassar-te de tal modo, que jamais poderás sarar'".



"E era uma flecha com três curvaturas: no início, no meio e na extremidade. Assim se mostrava o tríplice efeito que esta flecha provocava na alma ferida. Quando a primeira curvatura penetra na alma, sua ferida a torna semelhante a um enfermo, que sente somente desgosto pelos bens passageiros: não há coisa alguma neste mundo que lhe assegure prazer nem consolação. A segunda, ao penetrar na alma, a faz parecer uma pessoa com alta febre que, exasperada pela dor, reclama pelo remédio com extrema impaciência. Assim é a alma nesta situação: o desejo que possui é tão intenso que, sem conseguir dominá-lo nem moderá-lo, arde por unir-se a Deus. E quando isto lhe parece impossível, se acaso ela não o experimenta, chega quase a perder o respiro. A terceira curvatura, enfim, quando penetra na alma, a faz elevar-se a uma altura tão sublime que nenhum de nós pode imaginar. A tal ponto, que uma mínima descrição deste estado nos faria dizer que a alma – como se fosse separada de seu corpo – estivesse toda mergulhada em delícias, nas torrentes do néctar da divindade".



"Ó Fogo verdadeiro que tudo consome! Ó Fogo operante, cujo poder queima os vícios para manifestar à alma o suave vigor de tua unção! Só em ti nos é dada a força que restaura, re-fomando nosso ser segundo a imagem e semelhança original".



"Eu recitava esta prece: 'Pelo vosso Coração transpassado, ó Senhor amantíssimo, dignai-vos transpassar meu coração com os dardos de vosso amor, para que nada de terrestre nele pemaneça e que ele seja repleto unicamente da virtude de vossa divindade'. Tendo assim rezado, bem depressa percebi – através de uma graça interior e de um sinal externo que vi surgir sobre o crucifixo – que minha prece havia chegado ao vosso Coração. Com efeito, depois de receber o sacramento da vida, já de volta ao meu lugar, pareceu-me ver partir do lado direito do crucifixo que está impresso sobre meu livro algo como um raio de sol, cuja extremidade tinha forma de uma flecha. Este raio emanava vigorosamente em minha direção. Conteve-se por um instante, depois se lançou novamente e permaneceu fixo, atraindo toda a minha afeição".



"Ainda que sabia eu que me achava no dormitorio, me parecia que me encontrava no lugar do coro aonde costumava fazer minhas tibias orações e ouvi estas palavras 'eu te salvarei e te livrarei. Não Temas'. Quando o Senhor disse isto, extendeu sua mão mão fina e delicada até tocar a minha, como para confirmar sua promessa e proseguiu: 'Has mordido o pó com meus inimigos e has tratado de extrair mel dos espinhos. Volve-te agora a Mim, e minhas delicias divinas serão para ti como vinho'".



"Então vi na mão que pouco antes se me havía dado como prenda, as joias radiantes que anularam a pena de morte que havia sobre nós".

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Restos mortais de São Pedro serão expostas pela primeira vez na História ao público, dia 24 de Novembro, com a presença do Papa Francisco

Urna com os ossos de São Pedro no Altar da Confissão no Vaticano
Pela primeira vez, os restos venerados como os de São Pedro, primeiro apóstolo e primeiro Papa da Igreja, sairão das grutas localizadas sob a basílica vaticana para serem expostos ao público, anunciou um prelado do Vaticano.
Este evento excepcional irá ocorrer para celebrar o encerramento do “Ano da Fé”, no dia 24 de novembro, na presença do Papa Francisco.
Em uma coluna publicana na edição deste sábado do jornal do Vaticano, o Osservatore Romano, o presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, o arcebispo italiano Rino Fisichella, anunciou que um último gesto para coroar este ano consistirá em “expor pela primeira vez as relíquias que a tradição reconhece como as do apóstolo que deu aqui sua vida pelo Senhor”.
Bento XVI lançou o “Ano da Fé” em outubro de 2012 e foram realizadas múltiplas celebrações na praça de São Pedro.
(Fonte: Shalom)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Rezemos pelos Sacerdotes

Neste mês em que o Santo Padre nos suplica, na Intenção Geral, a rezarmos pelos Sacerdotes, intensifiquemos nossa súplicas a Deus pelos nossos Pastores na Fé, especialmente aqueles Sacerdotes que trabalham no nosso AO/MEJ:

--Padre Adolfo Nicolás, SJ - Superior-Geral da Companhia de Jesus, a quem o Santo Padre entregou o cuidado do nosso Movimento.
--Padre Cláudio Barriga, SJ - Diretor Geral Mundial Delegado do AO e MEJ
--Padre Otmar Jacob Schwengber, SJ, - Secretário Nacional do AO/MEJ
--Padre José Trajano de Souza, Diretor Diocesano do AO/MEJ


OFERECIMENTO DO DIA (para o mês de Novembro)

Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor. Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês:

Intenção geral: Para que os sacerdotes em dificuldades encontrem conforto no seu sofrimento, sustento nas suas dúvidas e confirmação na sua fidelidade.

Intenção missionária: Para que a Missão Continental tenha como fruto o envio de missionários da América Latina para outras Igrejas.


domingo, 10 de novembro de 2013

11 de Novembro - São Martinho de Tours

É considerado um dos primeiros santos promotores do culto ao Divino Coração, por quem o Apostolado da Oração nutre especial devoção. 

São Martinho, rogai por nós!

Eleito bispo de Tours, exerceu de modo admirável suas funções de pastor. É considerado o iniciador da vida monástica na Gália. Fundou, perto de Tours, o Mosteiro de Marmoutier, que se tornaria centro de grande expansão  missionária e civilizadora. De Marmoutier saiu São Patrício, que evangelizou a Irlanda.

"Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade", dizia Martinho, bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.
A devoção a São Martinho é tão intensa na França que nada menos que 3600 igrejas e 480 povoados daquele país o tomaram como patrono.

Era filho de um oficial romano que servia na Panônia, atual Hungria.
Foi ele próprio um militar da cavalaria do exército romano. Dois anos depois de se ter convertido à fé católica e batizado na Gália, deixou o exército e passou a levar vida solitária, sob a orientação espiritual de Santo Hilário de Poitiers.

Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo.
Na adolescência, para tê-lo mais próximo, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o pensamento do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi o oposto, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atual França.

Um dia, um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.

Aos vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens, afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers.
Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.

No Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas cristãs.

Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Diz seu histórico que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.

Quando a cátedra da diocese de Tours ficou vagante, em 371, o povo aclamou-o, unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas redondezas da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E de Marmoutier saiu São Patrício, que evangelizou a Irlanda. Assim seus exemplos não se limitaram a Tours, tendo se expandido por toda a França.

Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.

Venerado como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares de  toda a Europa medieval.

sábado, 9 de novembro de 2013

Encontro de espiritualidade em Santa Helena


A Paróquia Santa Helena promoveu, no último sábado (09/11), um encontro de aprofundamento e espiritualidade para o Apostolado da Oração, assessorado por Maíza Filgueira, Alex de Sousa e Irmã Ana Paula, membros da Comissão Diocesana do AO e MEJ.

O tema central foi "A espiritualidade do Apostolado da Oração", com aprofundado do programa espiritual do Movimento. Bem presentes estiveram as palavras do Padre Peter-Hans Kolvenbach, SJ: "O AO propõe um caminho para a santidade a partir do oferecimento diário que transforma nossa vida e que nos une em comunhão universal de oração e nos faz desejar ter os mesmos sentimentos que teve o Coração de Cristo para que, alimentados e modelados por ele na Eucaristia e reconciliados com ele mediante o sacramento da Reconciliação, possamos pôr-nos plenamente e de todo coração à sua disposição e à disposição da Igreja, a exemplo de Maria, para que venha o seu reino."

O AO de Santa Helena foi fundado em 01/04/1952 e conta, atualmente, com 21 Zeladores e 182 Associados. O Diretor Local é o Padre Paulo Diniz e a Presidente a Sra. Inácia Patrícia.

Confira as fotos:
Inácio Patrícia (Presidente do Centro) e os membros da Comissão Diocesana


Irmã Ana Paula, Maíza e Alex de Sousa