
São Martinho, rogai por nós!
Eleito bispo de Tours, exerceu de modo
admirável suas funções de pastor. É considerado o iniciador da vida monástica
na Gália. Fundou, perto de Tours, o Mosteiro de Marmoutier, que se tornaria
centro de grande expansão missionária e civilizadora. De Marmoutier saiu
São Patrício, que evangelizou a Irlanda.
"Senhor,
se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa
vontade", dizia Martinho, bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.
A
devoção a São Martinho é tão intensa na França que nada menos que 3600 igrejas
e 480 povoados daquele país o tomaram como patrono.
Era
filho de um oficial romano que servia na Panônia, atual Hungria.
Foi
ele próprio um militar da cavalaria do exército romano. Dois anos
depois de se ter convertido à fé católica e batizado na Gália, deixou o exército
e passou a levar vida solitária, sob a orientação espiritual de Santo Hilário
de Poitiers.
Martinho
nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma
família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou
a freqüentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina
cristã, porém sem receber o batismo.
Na
adolescência, para tê-lo mais próximo, seu pai o alistou na cavalaria do
exército imperial. Mas se o pensamento do pai era afastá-lo da Igreja,
o resultado foi o oposto, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos
cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a
prestar serviço na Gália, atual França.
Aos
vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens,
afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo
do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais
tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a
doze quilômetros de Poitiers.
Lá,
Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens
religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro
mosteiro da França e da Europa ocidental.
No
Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para
que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a
conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele
visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e
construía igrejas cristãs.
Onde
encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando
pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Diz
seu histórico que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos
prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.
Quando
a cátedra da diocese de Tours ficou vagante, em 371, o povo aclamou-o,
unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início.
Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as
paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer
exemplarmente a caridade. Nas redondezas da cidade, fundou outro
mosteiro, chamado de Marmoutier. E de Marmoutier saiu São Patrício, que
evangelizou a Irlanda. Assim seus exemplos não se limitaram a Tours, tendo
se expandido por toda a França.
Martinho
exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na
cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia
11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.
Venerado
como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber
culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares de toda a
Europa medieval.
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