Hoje, segundo domingo de Páscoa, celebramos o “Domingo da Misericórdia”. Este foi um grande presente feito por João Paulo II a toda a Igreja no dia 5 de maio do 2000. Há um grande desejo de fazer resplandecer a bondade de Deus no Mistério Pascal, período litúrgico em que estamos, dizia a nota de proclamação da festividade.
A Misericórdia de Deus se encontra com a nossa miséria. Poderíamos comparar essa misericórdia com o oceano. Os pecados dos homens ficam submergidos na Misericórdia de Deus, como simples copos no mar. A misericórdia tudo o abrange, é infinita.
Não há temores ou dificuldades que possam escapar da Misericórdia de Deus. Os discípulos estavam escondidos, cheios de medo e espanto. Isso é o que acontece com quem vive afastado de Deus: insegurança na vida, no futuro, na família. Quem vive na desconfiança se encontra num autêntico labirinto sem saída, porque vive centralizado em si mesmo e por isso numa grande amargura.
Cristo não abandona os discípulos na suas misérias. Assim como a eles, Cristo se apresenta na nossa vida, ainda que tenhamos a porta fechada. O Seu coração cheio de amor e misericórdia invade o recinto da nossa vida cheia de misérias para preenchê-la de sentido, vida, felicidade. Isso porque a Sua misericórdia é muito maior do que a nossa miséria.
Toda alegria procede da bondade de Deus que nos cobre. A Sua presença transmitiu muito conforto aos apóstolos. Eu diria até que lhes devolveu a vida, uma nova vida. Penso, por exemplo, na grande angústia e sofrimento que uma mãe passa no período da gravidez, mas quando chega a criança, a alegria é tal que vale a pena ter suportado todo aquele sofrimento.
Uma pessoa que vive na presença de Deus e é um amigo fiel experimentará esta alegria que os discípulos experimentaram ou essa jovem mãe que dá a luz ao seu filho. A paz, a alegria, o amor são autênticos dons de Deus, são presentes do coração misericordioso de Deus que conhece a nossa debilidade e não nos abandona.

Sem fé não somos ninguém. Cristo o sabe e por isso não abandona Tomé na sua tremenda angústia, porque o procura e lhe dá uma lição. Com Tomé, somos convidados a viver a experiência do Amor de Deus misericordioso, na fé, sem desfalecer no caminho.
Estamos no ano sacerdotal. O sacerdote é, como diz João Paulo II, “o homem de Deus, que pertence a Deus e faz pensar em Deus”. Quando a carta aos Hebreus fala de Cristo, apresenta-o como o Sumo Sacerdote misericordioso e fiel no que corresponde a Deus (Hb 2, 7). Peçamos a Deus neste ano que os sacerdotes tenham um coração como o de Cristo, bondoso e cheio de misericórdia.
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