quarta-feira, 4 de julho de 2012

Intenções do Santo Padre para o Mês de Julho



Intenção Geral
TRABALHO PARA TODOS

Para que todos tenham trabalho e o possam realizar em condições de estabilidade e segurança. 

Quando falamos em trabalho, evidentemente que nos referimos a qualquer espécie de trabalho e não só ao trabalho manual. Por outro lado, devemos afirmar que não hátrabalhos inferiores (que seriam os braçais) ou superiores (que seriam os de tipo intelectual), porque o que determina a «inferioridade» ou «superioridade» dos vários tipos de trabalho é o espírito e a aplicação com que se fazem.

A importância do trabalho

O trabalho representa uma dimensão essencial do homem, sem a qual, portanto, a vida humana ficaria truncada ou, pelo menos, limitada nas suas funções essenciais.
Esta importância advém-lhe do lugar cimeiro que o trabalho ocupa na realização do homem. Sobre esta realização afirma o Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et spes: «A actividade humana, do mesmo modo que procede do homem, para ele se ordena. Com efeito, o homem, quando age, não transforma apenas as coisas e a sociedade, mas realiza-se a si mesmo. Aprende muitas coisas, desenvolve as próprias faculdades, sai e eleva-se sobre si mesmo» (n. 35).
E na Carta Encíclica Laborem exercens, sobre o trabalho humano, em palavras bastante semelhantes, afirma o Papa João Paulo II: «Mediante o trabalho, o homem não somente transforma a natureza... mas realiza-se a si mesmo como homem e até, em certo sentido, “se torna mais homem”» (n. 9).
Mas a importância do trabalho não provém somente daquilo que ele representa para a pessoa considerada individualmente, mas também por aquilo que se refere à família e àsociedade.
Em relação à família, é o trabalho que permite a sua subsistência, não só no plano material, mas também no que respeita à educação e às outras dimensões da vida dos filhos ou, eventualmente, de outros familiares.
Sobre este problema, sublinha o já citado documento sobre o trabalho humano: «O trabalho constitui o fundamento sobre o qual se edifica a vida familiar, direito fundamental e vocação do homem (...) O trabalho, de alguma maneira, é a condição que torna possível a fundação da família, uma vez que esta exige os meios de subsistência que o homem obtém, normalmente, mediante o trabalho» (n. 10).
E sobre a importância do trabalho para a sociedade, afirma o mesmo documento e no mesmo número: «... Tudo isto faz com que o homem ligue a sua identidade humana mais profundamente ao facto de pertencer a uma nação, e encare também o seu trabalho como uma coisa que vai aumentar o bem comum, procurado juntamente com os seus compatriotas».
Para o cristão, a importância do trabalho deriva também de este representar umacolaboração (colaborare=«trabalhar com», em latim) com a obra da criação que Deus confiou ao homem para que a desenvolvesse e tornasse ainda mais bela. Quando isto não acontece, o trabalho não desempenha a função que devia e torna-se «descriação»!

A dignidade do trabalho

Por tudo o que já dissemos e poderíamos dizer, chegamos facilmente à conclusão dadignidade do trabalho, seja ele qual for. Esta dignidade advém-lhe, sobretudo, do facto de ser feito pelo homem e tudo o que diz respeito ao homem é digno e deve ser respeitado. Isto significa, parafraseando a afirmação evangélica em relação ao sábado, que «o trabalho é feito para o homem e não o homem para o trabalho».
Sobre esta questão escreveu o Papa João Paulo II, no já citado documento Laborem exercens: «E mais, [o trabalho] é não só um bem “útil”... mas é um “bem digno”, ou seja, que corresponde à dignidade do homem, um bem que exprime e aumenta esta dignidade» (n. 9).

Considerações finais


O trabalho representa, ao mesmo tempo, um direito e um dever. Se representa um dever, quer dizer que todos devem trabalhar («Quem não trabalha, também não coma» – 2 Tes3, 10), a não ser os que estão impossibilitados por razões físicas ou psicológicas.
Mas o trabalho é também um direito que assiste a todo o homem. Daqui que as autoridades competentes devem envidar os esforços possíveis para que todos os cidadãos tenham a possibilidade de trabalhar. Sobre este imperativo, afirma o Vaticano II na já citada constituição pastoral Gaudium et spes: «Cabe à sociedade (...) ajudar em quanto possa (...) os cidadãos para que possam encontrar oportunidade de trabalho suficiente» (n. 67).
Infelizmente, o desemprego no nosso país está a crescer cada vez mais, sobretudo entre os jovens (já vamos em 36% de desempregados jovens...) e as autoridade competentes não devem desanimar de encontrar soluções para este problema que se vai tornando endémico.
Rezemos este mês com o Papa, para que todos tenham trabalho e possam viver com dignidade e alegria, em condições estáveis e seguras.

Intenção Missionária
POR UM VOLUNTARIADO QUE SEJA TESTEMUNHO

Para que todos os voluntários cristãos, presentes nos territórios de missão, saibam dar testemunho da caridade de Cristo. 

Graças a Deus, o número de movimentos de voluntariado cresce cada vez mais e o número de voluntários que se inscrevem nas várias instituições também vai aumentando continuamente. O voluntariado continua assim a desempenhar um papel importantíssimo, de tal modo que sem voluntariado muitas instituições não poderiam funcionar.
A Intenção Missionária deste mês não se refere ao voluntariado em geral, mas aovoluntariado cristão e concretamente àquele que é exercido nas terras chamadas de missão e é fundamentalmente deste que falaremos.
Podemos afirmar que o voluntariado sempre existiu na tradição da Igreja, ainda que com nomes diferentes. Devemos também afirmar que todo o cristão está chamado a ser sempre «voluntário», por amor de Cristo, atento ao serviço dos seus irmãos.
O específico do voluntariado cristão é o seguimento de Cristo, que inspira e motiva o seu serviço. Um voluntariado não-cristão pode realizar tarefas semelhantes às nossas, inclusivamente até mais perfeitas tecnicamente, mas não agirá movido pela motivação que anima os cristãos de imitar a Cristo e ao seu Coração caritativo e acolhedor para com todos.
A pessoa de Jesus indica-nos os outros, todos os outros, como nosso próximo e leva-nos a aproximarmo-nos deles, à solidariedade, a partilhar o nosso tempo e as nossas energias, em prol do bem dos outros, por meio de atitudes que brotam do coração. Todo o cristão é chamado a ter um coração aberto às necessidades dos outros, sobretudo dos mais esquecidos.
Rezamos neste mês sobretudo por aqueles que exercem o seu voluntariado em lugares difíceis, onde se exige uma maior dedicação e espírito de sacrifício, já que nessas terras as dificuldades são muito maiores.
 António Coelho, s.j.

Fonte: Apostolado da Oração em Portugal




"Salve, Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!" (Hino Pontifício)

Sem comentários:

Enviar um comentário